terça-feira, 22 de julho de 2008

DESABAFO DE UMA MULHER MODERNA, EHEHEHEHE


DESABAFO DE UMA MULHER MODERNA - CRÔNICA

São 7h. O despertador canta de galo e eu não tenho forças nem para
atirá-lo contra a parede. Estou tão cansada, não queria ter que trabalhar
hoje. Quero ficar em casa, cozinhando, ouvindo música, cantarolando até.
Se tivesse filhos, gastaria a manhã brincando o com eles, se tivesse
um cachorro, passeando pelas redondezas. Aquário? Olhando os peixinhos
nadarem. Espaço? Fazendo alongamento. Leite condensado?
Brigadeiro... Tudo menos sair da cama, engatar uma primeira e colocar
o cérebro para funcionar.
Gostaria de saber quem foi a mentecapta, a matriz das feministas que
teve a infeliz idéia de reivindicar direitos à mulher e por quê ela fez isso
conosco, que nascemos depois dela.
Estava tudo tão bom no tempo das nossas avós, elas passavam o dia a
bordar, trocar receitas com as amigas, ensinando-se mutuamente segredos de
molhos e temperos, de remédios caseiros, lendo bons livros das bibliotecas
dos maridos, decorando a casa, podando árvores, plantando flores, colhendo
legumes das hortas, educando as crianças, freqüentando saraus, a vida era
um grande curso de artesanato, medicina alternativa e culinária. Aí vem uma fulaninha qualquer que não gostava de sutiã nem tão pouco de espartilho (que por sinal é chiquérrrrrrrrimo e pagamos uma fortuna por eles), e contamina várias outras rebeldes inconseqüentes com idéias mirabolantes sobre "vamos conquistar o nosso espaço". Que espaço, minha Filha? Você já tinha a casa inteira, o bairro todo, o mundo ao seus pés.
Detinha o domínio completo sobre os homens, eles dependiam de você
para comer, vestir, e se exibir para os amigos, que raio de direitos requerer?
Agora eles estão aí, todos confusos, não sabem mais que papéis
desempenhar na sociedade, fugindo de nós como o diabo foge da cruz. Essa
brincadeira de vocês acabou é nos enchendo de deveres, iss o sim. E nos
lançando no calabouço da solteirice aguda.
Antigamente, os casamentos duravam para sempre, tripla jornada era
coisa do Bernard do vôlei e olhe lá, porque naquela época não existia
Bernard do vôlei.
Por quê, me digam por quê um sexo que tinha tudo do bom e do
melhor, que só precisava ser frágil, foi se meter a competir com o macharedo?
Olha o tamanho do bíceps deles, e olha o tamanho do nosso. Tava na cara que
isso não ia dar certo.
Não agüento mais ser obrigada ao ritual diário de fazer escova,
maquiar, passar hidratantes, escolher que roupa vestir, e que sapatos,
acessórios usar. Que perfume combina com meu humor, nem de ter que sair
correndo, ficar engarrafada, correr risco de ser assaltada, de morrer
atropelada, passar o dia reta na frente do computador, com o telefone no
ouvido, resolvendo problemas. Somos fiscalizadas e cobradas por nós
mesmas a estar sempre em forma, sem estri as, depiladas, sorridentes, cheirosas,
unhas feitas, sem falar no currículo impecável, recheado de mestrados,
doutorados, e especificações (ufffffffffffffffffff!!!!!!!)...
Viramos super mulheres, continuamos a ganhar menos do que eles.
Não era muito melhor ter ficado fazendo tricô na cadeira de
balanço?
Chega, eu quero alguém que pague as minhas contas, abra a porta para eu passar, puxe a cadeira para eu sentar, me mande flores com cartões cheios
de
poesia, faça serenatas na minha janela (ai, meu Deus, já são 7:30h, tenho
que levantar!), e tem mais, que chegue do trabalho, sente no meu sofá,
coloque os pés pra cima e diga "meu bem, me traz um café, por favor?",
descobri que nasci para servir.
Vocês pensam que eu to ironizando? To falando sério! Estou
abdicando do meu posto de mulher moderna.... Troco pelo de Amélia, Alguém se
habilita?

Nenhum comentário: