sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Mulheres em banheiro público


Minha mãe ficava histérica com os banheiros públicos, quando pequena,me levava ao banheiro, me ensinava a limpar a tampa do vaso com papelhigiênico e cobrir cuidadosamente com tiras de papel em toda a borda.
Finalmente me instruía: "Nunca, NUNCA se sente em um banheiropublico".Logo me mostrava "A posição" que consiste em se equilibrarsobre o vaso, em uma posição de sentar sem que o corpo entre emcontato com o vaso.
Isso foi há muito tempo, mas ainda hoje em nossa idade adulta, "a posição"
é dolorosamente difícil de manter quando a bexiga está quase estourando.
Quando você "tem que ir" a um banheiro público, sempre encontra uma fila
de mulheres que te faz pensar que as cuecas do Brad Pitt estão à venda pela metade do preço.
E assim espera pacientemente e sorri amavelmente às outras mulheres que também estãoindiscretamente cruzando as pernas.Finalmente é a sua vez, você olhacada cubículo por baixo da porta pra ver se não há pernas.
Todos estão ocupados, mas finalmente uma porta se abre e você entra quase jogandoa pessoa que está saindo.
Você entra e percebe que o trinco não funciona, mas não importa...
Você pendura a bolsa no gancho que tem atrás da porta e, se não tem gancho,
você a pendura no pescoço mesmo, enquanto se equilibra, sem contar que a
alça da bolsa quase corta a sua nuca, porque está cheia de porcarias que você foi jogando dentro,das quais não usa a maioria, mas as tem aí, para o caso de "e se eu precisar?"
Mas, voltando à porta... como não tinha trinco, só lhe restaa opção de segurá-la com uma mão, enquanto com a outra você abaixa acalcinha e fica "em posição"... Alívio... ahhhhhh... mais alívio, aí équando suas pernas começam a relaxar e você adoraria sentar, mas nãoteve tempo de limpar o vaso e nem cobrir com papel, nessa hora vocêquase tem um treco de tão aliviada, ai dá uma desequilibrada e erra a mira.
Pronto, o suficiente pra ficar molhada até as meias, e é obvioque dá pra notar.Para afastar o pensamento dessa desgraça, vocêprocura o rolo de papel higiênico... maaaas.. hehehe, o rolo tá vazio!
E as suas pernas continuam querendo relaxar.Ai você lembra de umpedacinho de papel que tá na bolsa, meio usado porque você já limpou onariz com ele, mas vai ter que servir, você amassa ele pra absorver omáximo possível, mas ele é muito pequeno, e ainda tá sujo de meleca.Nisso alguém empurra a porta e, como o trinco não funciona, vocêrecebe uma baita portada na cabeça.Aí você grita "tem genteeeeee"enquanto continua empurrando a porta com a mão livre e o pedacinho depapel que você tinha na mão cai exatamente em uma pequena poça quetinha no chão e você não sabe se é água ou xixi...Ai você vai decostas e desequilibra, caindo sentada no vaso.Você se levantarapidamente, mas já é tarde, seu traseiro já entrou em contato comtodos os germes e formas de vida do vaso porque VOCÊ não o cobriu compapel higiênico, que de qualquer maneira não havia, mesmo se vocêtivesse tido tempo de fazer isso.Sem contar o golpe na cabeça, o quasecorte na nuca pela alça da bolsa, a espirrada de xixi nas pernas e nasmeias, que ainda estão molhadas... a lembrança de sua mãe que estariaterrivelmente envergonhada de você, porque o traseiro dela nuncasequer tocou o assento de um banheiro público, porque francamente,"você não sabe que tipo de doença poderia pegar ai".
Mas a aventura não termina ai... agora a descarga do banheiro, que tá tão desregulada quejorra água como se fosse uma fonte e manda tudo pro esgoto com tantaforça que você tem que se segurar no porta-papel (quando tem) com medode que aquele negócio te leve junto e te mande pra China.Ai éfinalmente quanto você se rende, está ensopada pela água que saiu daprivada como uma fonte.Você está exausta.
Tenta se limpar com uns papeizinhos de chiclete Trident que estavam na bolsa e depois saidiscretamente para a pia.
Você não sabe muito bem como funcionam as torneiras automáticas também,
e então dá uma limpadinha nas mãos com saliva mesmo e seca com toalha de papel.
E sai passando pela fila de mulheres que ainda estão esperando com as pernas cruzadas e nessemomento você é incapaz de sorrir cortesmente.
Uma alma caridosa no fim da fila te diz que você tá com um pedaço de papel higiênico do tamanhodo rio Amazonas grudado no sapato! Você puxa o papel do sapato e joga na mão da mulher
que disse que tava grudado e lhe diz suavemente:
"Toma! Você vai precisar!" e sai.
Nesse momento, seu namorado ou marido que entrou, usou e saiu do banheiro masculino eteve tempo de sobra pra ler " Guerra e Paz" enquanto esperava, tepergunta: "Porque demorou tanto?"É nessa hora que você dá um chute nosaco dele e o manda praquele lugar!Dedicado a todas as mulheres detodas as partes do mundo que já tiveram que usar um banheiro público.
E finalmente explica a vocês, homens, por que nós demoramos tanto.

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